Professoras da UFF lançam livro sobre as mulheres na ciência

Em novembro de 2021, foi publicado o livro “Mulheres e Ciência: trajetórias de cientistas”, sob a organização das professoras Cecília de Souza Fernandez, do Instituto de Matemática e Estatística, e Ismênia de Lima Martins, professora emérita do Departamento de História da UFF. O objetivo da obra é apresentar a trajetória de diversas mulheres cientistas e discutir as desigualdades de gênero da nossa sociedade, que ainda impõem sobrecargas extras às mulheres que se dedicam ao fazer científico.
Segundo a professora Ismênia, que afirma sempre ter trabalhado com a história das mulheres, a obra conta com um artigo de sua autoria sobre a trajetória e a profissionalização da doutora Alzira Reis, uma das primeiras médicas brasileiras, além de dez depoimentos de cientistas e um artigo final da professora da Faculdade de Economia da UFF, Hildete Pereira de Melo. “Muito além das trajetórias, o livro aborda a assimetria de poderes entre homens e mulheres no caminho da profissionalização da prática científica no Brasil”, destaca.
A iniciativa do livro surgiu a partir do primeiro evento realizado no Brasil que reuniu mulheres atuantes em pesquisa de diferentes áreas do conhecimento, o “Mulher e Ciência no Estado do Rio de Janeiro: Desafios e Conquistas“, que ocorreu no Instituto Nacional de Câncer (Inca) em 2014 e foi coordenado pela professora Cecília, além das pesquisadoras Teresa de Souza Fernandez Seixas (INCA) e Cintia Barros Santos Rebouças (UERJ). O evento, que reúne cientistas de diversas áreas do conhecimento que também são mães, já teve quatro edições e vem sendo realizado a cada dois anos.
Eventos e publicações como essas são parte essencial do nosso caminho enquanto sociedade rumo à igualdade de gênero. Nesse sentido, a docente Ismênia ressalta que as mudanças na legislação, como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/2015) e a recente conquista das mulheres de registrarem as licenças maternidades no currículo Lattes são mudanças que vieram a partir da militância e da discussão acadêmica. “Temos ainda outras importantes frentes de luta, como as relativas à desigualdade de salários e oportunidades na iniciativa privada e às dificuldades de acesso e visibilidade das mulheres negras nas ciências”, afirma.
Para Cecilia, a publicação é de extrema importância, pois, ao apresentar o relato de cientistas de diversas áreas do conhecimento, com os desafios por elas encontrados e as conquistas obtidas ao longo de suas trajetórias acadêmico-científicas, tem o poder de incentivar outras mulheres. “O livro mostra para as jovens alunas que é possível seguir uma carreira como pesquisadora”, conclui.

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A atualização mais recente deste conteúdo foi em 05/01/2022 - 12:08