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Professora da UFF toma posse na Academia Brasileira de Ciências

A professora Vanessa do Nascimento é destaque no cenário nacional por suas pesquisas - Foto: Reprodução

A professora da UFF Vanessa do Nascimento, vinculada ao Departamento de Química Orgânica, tomou posse recentemente como membra afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências Químicas. A nomeação reconhece a atuação de jovens pesquisadores que se destacam por sua produção científica no país. Fundada em 1916, a ABC é uma entidade independente e sem fins lucrativos, que promove o desenvolvimento científico e social do país. Sua missão é reconhecer pesquisadores de destaque, incentivar jovens cientistas e contribuir para políticas públicas baseadas em ciência e inovação.

A docente, que desenvolve pesquisas voltadas à química medicinal, também recebeu o prêmio Brazilian Medicinal Chemistry Awards, na categoria Early Career, concedido pela diretoria da Divisão de Química Medicinal, da Sociedade Brasileira de Química, instituição voltada à promoção do desenvolvimento científico e tecnológico na área. “Atualmente, minha pesquisa se divide em duas frentes: a primeira envolve o desenvolvimento de sistemas supramoleculares e catalisadores contendo calcogênios para tornar processos químicos mais limpos, eficientes, seguindo os princípios da química verde. Já a segunda está voltada mais à síntese e avaliação dos compostos bioativos, especialmente os derivados que contêm selênio, enxofre e telúrio, com resultados bastante promissores como candidatos a fármacos, em diversos modelos biológicos”, explica.

Natural de Passo Fundo (RS) e criada em pequenas cidades do interior, a família de Vanessa é de origem humilde e sempre incentivou seus estudos. Ela conta que viu na ciência uma forma de conquistar autonomia, enfrentar preconceitos e retribuir à sociedade as oportunidades que recebeu. Graduou-se em Química Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), cursou mestrado e doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – com parte do doutorado realizado na Universidade de Perúgia, na Itália — e concluiu um pós-doutorado em Química, tendo sido aprovada para a para a UFF no primeiro concurso público de magistério superior que prestou.

“Sempre acreditei que a ciência poderia mudar a minha vida e também a realidade de outras pessoas. No laboratório, buscamos desenvolver tratamentos acessíveis e sustentáveis para doenças como tuberculose, chagas e esporotricose, mas também me dedico a inspirar alunos que, muitas vezes, vivem realidades parecidas com a minha. Quero mostrar que é possível sonhar grande e chegar longe”, afirma.

Para ela, a UFF teve um papel fundamental em sua trajetória como pesquisadora, “A UFF é uma universidade que acolhe, mas ao mesmo tempo desafia e inspira, porque existem grandes pesquisadores na instituição. Aqui, também tive a liberdade de construir minha própria linha de pesquisa, baseada na química verde, supramolecular, dos organocalcogênios, pioneira no estado do Rio de Janeiro. Para além do meu local de trabalho, a UFF é um alicerce e um impulso na minha trajetória como pesquisadora”, conclui.

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