Huap promove rotinas de estudo para crianças internadas por muito tempo

Huap e outros hospitais da Ebserh oferecem diferentes formas de construção do conhecimento para incentivar a continuidade dos estudos durante os tratamentos de saúde

Quem disse que hospital não é lugar de colocar os estudos em dia? Chegou a hora de conhecer como os hospitais universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) contribuem para a continuidade dos estudos de crianças em longo período de internação, que acabam se afastando da rotina escolar. Um exemplo é o programa Pedagogia Hospitalar, do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap/Ebserh), referência nacional neste campo de trabalho pedagógico. No ano de 2023, foram realizados cerca de 89 atendimentos por mês, beneficiando mais de 23 crianças e adolescentes.

O Programa iniciou em 2004, via convênio entre o hospital e a Secretaria Municipal de Educação. De acordo com o coordenador do projeto, Victor Vita, o trabalho tem como foco desenvolver potencialidades cognitivas, promover a socialização e a continuidade do processo de aprendizagem. “O fazer docente no ambiente hospitalar muitas vezes requer adaptações curriculares e busca parceria com as escolas de origem do aluno, minimizando os efeitos traumáticos da internação, por meio da construção do conhecimento”, explicou.

As atividades no Huap acontecem de segunda a sexta-feira, na sala de aula e nos leitos, sempre com propostas adequadas à idade da criança ou adolescente. “A dinâmica diária envolve visita individual no leito para conhecer os novos pacientes internados e apresentar-lhes o Programa, ressaltando que no caso de uma internação por mais de 15 dias, entraremos em contato com a escola de origem, para um diálogo sobre o currículo a ser trabalhado”, pontuou Victor.

As atividades são elaboradas a partir de um projeto pedagógico anual. Ao final do dia, os trabalhos produzidos são expostos no mural do corredor para valorização do empenho dos estudantes. Também é realizado diariamente contação de histórias e empréstimos de livros infantojuvenis.

Aprendizado para além da sala de aula

No Rio Grande do Sul, a brinquedoteca do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) está completando um ano de atividade, colhendo resultados muito positivos. Ela foi reaberta após a pandemia com um novo formato de atendimento. A pedagoga hospitalar da Unidade da Criança e do Adolescente, Adriana Guedes, assumiu a responsabilidade em novembro de 2022, com atendimento semanal de 40 horas.

A ambiência da sala foi revitalizada, tornando-a mais lúdica, a fim de apoiar os processos clínicos da internação infantil. Existe o projeto da Classe Hospitalar da UFPel, formalizado na Gerência de Ensino e Pesquisa com participação das alunas do curso de Pedagogia, sob coordenação do professor Lui Nörnberg. Nos demais momentos, as atividades são desenvolvidas pela pedagoga, com planejamento específico por idade e condições clínicas de cada criança.

“Consigo atingir muitas famílias com meu trabalho, como pedagoga vinculada à assistência. Atendemos os 11 leitos da pediatria e as idades variam entre 2 e 11 anos incompletos”, relatou Adriana.

As dinâmicas das aulas acontecem a partir da flexibilização do currículo escolar. São desenvolvidas atividades de coordenação motora ampla e fina, contação de histórias, teatro, desafios matemáticos e de língua portuguesa e oficinas de arte (pinturas, alinhavos, recorte e colagem).

Daniela da Rosa Matias, mãe da paciente Mayah Matias, de 2 anos, é só gratidão pela experiência vivida junto com a filha durante a internação. “Mayah estabeleceu um vínculo afetivo com a pedagoga e conseguiu aproveitar as atividades de maneira feliz e sem medos. Considero muito importante tudo que estamos vivendo nessa semana, pois nunca imaginei que em um hospital 100% SUS pudéssemos receber tanto amor, carinho e cuidados quanto ao nosso bem-estar dentro do hospital”, desabafou.

Essa resposta reforça o impacto positivo da iniciativa. “Muitas vezes as crianças não querem ir para casa, esses são relatos recorrentes, pois consigo oferecer atendimento humanizado no cuidado, com foco no bem-estar daquela criança que está em momento frágil da vida. Faço contato com as escolas para manter o vínculo com os estudos e garantir que a criança terá acompanhamento durante e pós-internação. A sala da Brinquedoteca é um oásis lúdico dentro do hospital”, pontua Adriana.

Essas estratégias se repetem em outros hospitais da Rede espalhados pelo Brasil, oportunizando uma continuidade do aprendizado de forma humanizada e colocando o bem-estar da criança sempre em primeiro lugar.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh - Por Danielle Morais com revisão de Danielle Campos

 

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A atualização mais recente deste conteúdo foi em 17/10/2023 - 14:28