Mais um ambicioso projeto de parceria entre a Prefeitura de Niterói e a Universidade Federal Fluminense começa a ser executado: a revitalização e expansão da pista de atletismo no campus Gragoatá. No dia 20 de janeiro, o prefeito de Niterói Axel Grael assinou a ordem de início das obras, com a presença do reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega; do vice-reitor, Fabio Passos; do presidente da Federação Estadual Rio de Atletismo, Robson Maia; do diretor do Instituto de Educação Física da UFF, professor Luiz Tadeu e da ex-atleta olímpica, Aida dos Santos, cujo nome será usado para batizar a pista.
O evento contou com a participação de grandes atletas, como Nelsinho Rocha, Jurandir Babou, Helena Pessoa e Chiquinho Carioca, além de membros da comunidade acadêmica e da sociedade. Também estiveram presentes o Secretário Municipal de Obras, Vicente Temperini e demais secretários da prefeitura de Niterói; o presidente da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), Paulo Cesar Carreira; o representante da Superintendência de Operação e Manutenção da UFF, Mario Augusto Ronconi; da Superintendência de Arquitetura, Engenharia e Patrimônio da UFF, Julio Rogerio Silva, assim como a pró-reitora de extensão, Leila Gatti Sobreiro.
Pretende-se que o investimento, estimado em 14,6 milhões, beneficie toda a população niteroiense através dos projetos sociais e de extensão universitária, do fomento do esporte e lazer, assim como toda a comunidade acadêmica, por meio da qualificação da formação profissional e da melhoria do ensino e aprendizagem na área do esporte, atividade física, desenvolvimento e saúde. Vão compor o projeto, além da pista de atletismo, locais para salto em altura, salto com vara, salto triplo e em distância, placar eletrônico, campo de futebol com grama natural, iluminação noturna, vestiários femininos e masculinos, assim como sala de administração e almoxarifado. A previsão de entrega do complexo é no final deste ano.
De acordo com o reitor, essa e outras obras similares realizadas em parcerias com a prefeitura reforçam uma visão contemporânea de integração dos agentes públicos. “Nós, como universidade pública, temos a obrigação de incluir as pessoas, de ser uma universidade aberta, ‘sem muros’ do ponto de vista do acesso. O projeto traduz essa visão, uma pista de atletismo que inclui e é aberta. Seja ela voltada para o esporte de alta performance, ou para práticas da atividade física com fins de promoção da saúde, do lazer e da integração. Só temos a agradecer”, enfatiza.
Antonio Claudio destaca ainda que a obra fortalece a parceria entre a universidade e a prefeitura pelo bem-estar da população, trazendo para Niterói mais uma oportunidade de desenvolvimento no esporte e contribuindo para a qualidade de vida de seus habitantes. “Esse investimento vai atender às necessidades da Universidade e também às de Niterói. Nós teremos esse equipamento esportivo para a formação de atletas no centro da cidade, neste lugar de fácil acesso, com uma malha aquaviária para o Rio próxima. Tenho certeza de que essa pista será um grande sucesso e irá atrair eventos internacionais, projetando Niterói no mapa das grandes competições de atletismo”.
Para o presidente da Federação Estadual Rio de Atletismo, Robson Maia, a necessidade de instalação de uma pista não é apenas uma questão local, mas uma necessidade estadual. “A Federação há muito tempo busca um espaço para realizar as suas competições. O atletismo do Rio de Janeiro carece desse lugar desde 2014. Esse investimento vem ao encontro de toda a expectativa da comunidade do atletismo do estado. Tão logo esse complexo fique pronto – e sei que ele será uma mudança de paradigma para todo o atletismo do Brasil –, não mediremos esforços para trazer as competições regionais, nacionais e internacionais para cá”.
Pista irá receber o nome de Aída dos Santos, pioneira do atletismo olímpico brasileiro.
Aída dos Santos foi pioneira no atletismo brasileiro e uma das primeiras brasileiras a representar a mulher no esporte olímpico. De origem humilde e sem o devido apoio no período, foi a única mulher em toda a delegação brasileira nos jogos olímpicos de Tóquio em 1964, alcançando o quarto lugar no salto em altura. Em 1968, participou da edição dos Jogos Olímpicos na Cidade do México; obteve outras premiações relevantes em sua carreira, como a medalha de bronze no pentatlo dos Jogos Pan-americanos de Winnipeg (1967) e Cáli (1971). Posteriormente, dedicou-se à vida acadêmica e se tornou professora da UFF entre 1975 e 1987. Atualmente, preside o Instituto Aída dos Santos, que desenvolve ações que visam, por meio do esporte, promover a inclusão social e a cidadania de crianças e adolescentes da periferia.
Durante a cerimônia da assinatura da obra, Aída também foi homenageada com uma placa entregue pelo reitor Antonio Claudio. “Estou muito feliz e realizada, além de bem emocionada também, porque atletismo é um esporte base e é de muito difícil acesso. Espero que essa pista ajude no início da carreira do esporte para muitos jovens”, finaliza.