Laboratório Horto-Viveiro: 20 anos de preservação e sustentabilidade

Reflorestamento do Morro do Gragoatá

O Laboratório Horto-viveiro (LAHVI), do Instituto de Biologia da UFF, criado por meio de um projeto lançado em 7 de junho de 1995, comemorou 20 anos durante a Semana do Meio Ambiente. A programação contou com palestras, trilhas ecológicas para alunos da escola municipal Anísio Teixeira, debate aberto ao público e desenvolvimento de projetos integrados, como o “Interações”, voltado para a educação; “O Olhar do Artista sobre o Meio Ambiente”, que reúne pinturas e esculturas, e o de “Recuperação de Áreas Degradadas e de Preservação Permanente no Morro do Gragoatá”, que recebeu apoio de R$ 700 mil do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo a bióloga e coordenadora do LAHVI, professora Janie Garcia da Silva, o laboratório oferece infraestrutura de ensino, pesquisa e extensão em botânica aplicada para o departamento de Biologia Geral e a diversos cursos oferecidos pela universidade, como arquitetura, geografia, engenharia agrícola, veterinária, além de mestrado em Ciência Ambiental.

O laboratório atua também em projetos de conscientização ambiental dirigidos a alunos de escolas públicas e privadas dos ensinos fundamental e médio, como também em eventos culturais diversos, sempre buscando ressaltar a importância da preservação da natureza. O trabalho conta a participação de alunos bolsistas dos cursos de pedagogia, engenharia agrícola, produção cultural, estudos de mídia e engenharia do petróleo, entre outros.

O adubo e as mudas produzidas no LAHVI são utilizados na recuperação de áreas degradadas como, por exemplo, o Morro do Gragoatá, que foi alvo de grande devastação nos anos 1970 e 1980." Janie Garcia

O LAHVI, que ocupa um terreno com cerca de mil metros quadrados no Campus do Gragoatá, na Avenida Litorânea, em Niterói, surgiu do projeto "Implantação de um Horto-viveiro na UFF", formando um jardim botânico, com o plantio de árvores nobres da Mata Atlântica: pitanga, cássia, sapucaia, ingá, pau-pombo, vinhático, angico, canela, jenipapo, pau-de-viola, cedro, pau-ferro, entre outras espécies.

“Oferecemos espaço acadêmico para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A implantação durou dois anos e foi realizada em parceria com a Federação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a Empresa Municipal de Urbanismo, Moradia e Saneamento (Emusa) da Prefeitura de Niterói, durante a gestão do reitor Pedro Antunes”, informou Janie.

Produção e sustentabilidade

O LAHVI produz mudas para reflorestamento e compostos orgânicos a partir de resíduos coletados pelas equipes de limpeza nos campi da UFF, em Niterói. Por meio de ações sustentáveis, o material é descartado em “leiras de compostagem”, onde o lixo orgânico urbano é colocado em fileiras ou valas de até um metro de largura por cinco metros de comprimento. A partir daí ocorre a decomposição da matéria orgânica por processo aeróbio, por meio do revolvimento periódico da massa de compostagem. Depois de sofrer a ação do tempo e de microorganismos, o material se transforma em adubo natural, onde não há uso de agrotóxicos.

Segundo a coordenadora Janie, o adubo e as mudas produzidas no LAHVI são utilizados na recuperação de áreas degradas como, por exemplo, o Morro do Gragoatá, que foi alvo de grande devastação nos anos 1970 e 1980.

Monta Carga

Nos próximos dias terão início as obras de construção de um “Monta Carga”, um teleférico com capacidade para transportar até 150 quilos, que será utilizado para levar material, adubo e mudas até o topo do Morro do Gragoatá, que vem sendo reflorestado. Os trabalhos são acompanhados pelo engenheiro civil, James Hall.

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