Faculdade de Odontologia testa modelo gradual e reduzido de aulas presenciais para disciplina prática
A Faculdade de Odontologia iniciou um modelo gradual de aulas presenciais para disciplina de atendimento ambulatorial com alto índice de retenção. Serão cerca de 50 estudantes que seguirão os procedimentos de biossegurança com distanciamento social, material de proteção individual e testagem periódica. A retomada das atividades presenciais é essencial para possibilitar a graduação dos estudantes e também beneficia a população que usufrui dos serviços de atendimento.
De acordo com o Reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, à medida que a vacinação avança no estado do Rio de Janeiro, é natural que as Unidades Acadêmicas intensifiquem o planejamento para a retomada de atividades práticas presenciais. “De forma responsável, pautada nas evidências científicas sobre o perfil epidemiológico dos municípios e a cobertura vacinal, estamos, de forma gradual, articulando um planejamento estratégico para, nesse primeiro momento, dar condições de execução de atividades práticas de cursos que estão no limite de retenção de estudantes”, explica o reitor.
De acordo com a Pró-Reitora de Graduação (PROGRAD), Alexandra Anastacio, a Faculdade de Odontologia foi uma das primeiras a suspender as atividades presenciais por conta dos riscos da pandemia. Desde o ano passado, a Odontologia vem discutindo os impactos dessa suspensão das atividades. “Em 2021, chegamos a um número elevado de estudantes retidos que não poderiam fazer mais nenhum tipo de disciplina remota e que não conseguem avançar para concluir o curso. Ao mesmo tempo, identificamos a continuidade de ingresso de estudantes e que chegaríamos em uma situação limítrofe de colapso na graduação”, detalha a Alexandra.
Desde o ano passado, o Gabinete do Reitor constituiu uma estrutura administrativa composta por três grupos de trabalho com a participação da comunidade acadêmica para elaborar os princípios gerais e as diretrizes para as atividades durante a pandemia. “A reitoria está acompanhando o perfil epidemiológico de todos os municípios em que a UFF está inserida. A gente observou uma janela de oportunidade de uma retomada presencial gradual, segura e controlada, focada nos cursos que apresentam elevado nível de retenção e componentes disciplinares suspensos” afirmou a pró-reitora de Graduação.
A UFF sempre manteve parte de suas atividades presenciais desde o ano passado, inclusive com estágios e internatos na área da saúde. “Isso sempre aconteceu de forma controlada em relação à exposição dos alunos e com testagens. Agora, é um passo a mais, observando que a UFF, sendo uma das maiores universidades do país, tem uma responsabilidade muito grande nos atendimentos de saúde à população. Hoje, estamos vislumbrando duas coisas: o compromisso em dar continuidade ao curso para cerca de 50 estudantes, mas também de cumprir nosso papel social de atenção à saúde”, comentou Alexandra.
O Gabinete do Reitor está acompanhando as discussões sobre o planejamento para a retomada presencial em todos os cursos, por meio de reuniões com a participação dos docentes, técnicos e discentes. Além disso, está disponibilizando testagens periódicas de Covid-19, distribuindo materiais de proteção individual e os insumos necessários para prevenção do contágio. Para a pró-reitora de graduação, “esse é um marco importantíssimo porque dá muita tranquilidade para os servidores e estudantes de saber que podem contar com a UFF nesse processo de transição gradual”.
Planejamento expandido
A PROGRAD elaborou um mapeamento de toda a universidade e identificou 34 cursos que estão em situações críticas de retenção de estudantes e com disciplinas pendentes. Por isso, alguns cursos estão se organizando para oferecer atividades presenciais em disciplinas práticas. Entre eles, também estão a Veterinária, Ciência Ambiental na Geociências e o de Biomedicina de Nova Friburgo, que apresentaram os seus planejamentos no último Fórum de Coordenadores.
- “Esse movimento de retorno é importante porque podemos acompanhar de forma experimental como vai se dar o processo. Ainda é muito incipiente, poucos cursos e pouquíssimos estudantes. Isso deve acontecer dessa forma bem restrita para que a gente possa identificar as saídas possíveis”, finalizou Alexandra Anastacio.