Faculdade de Turismo e Hotelaria produz inventário turístico do Estado do Rio de Janeiro

IOT-RJ - Angra dos Reis Foto: Divulgação

A Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF foi selecionada pela Secretaria de Estado de Turismo para realizar o Inventário de Oferta Turística do Rio de Janeiro (IOT-RJ). A proposta é fazer um amplo levantamento dos atrativos turístico-culturais e equipamentos do Estado, com o apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A pesquisa incluirá diversos nichos relacionados à gastronomia, hotelaria, atrativos históricos (museus, monumentos, etc.) e naturais (lagoas, rios, praias e cachoeiras, etc.) bem como aqueles vinculados à infraestrutura, como aeroportos, rodoviárias, ciclovias e comércio local.

A base de dados, devidamente mapeada e georeferenciada, será elaborada por uma equipe de professores e técnicos e cerca de 70 alunos que atuarão como turismólogos no período de seis meses. O inventário subsidiará futuras ações de políticas públicas relacionadas ao turismo no Estado do Rio. Segundo Carlos Alberto Lidizia Soares, coordenador do projeto, o IOT-RJ teve início no mês de janeiro deste ano, na cidade de Niterói, e percorrerá 23 municípios de seis regiões contempladas pelo Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur):  Agulhas Negras, Costa do Sol, Costa Verde, Metropolitana do Grande Rio, Serra Verde Imperial e Vale do Café. Conheça os aspectos turísticos de cada região e municípios.

A metodologia utilizada para desenvolver o projeto é baseada nos princípios formulados pelo Centro Interamericano de Capacitación Turística (Cicatur), da Organização dos Estados Americanos (OEA-Washington).  Ela foi adotada e adaptada pelo Instituto Brasileiro de Turismo, da Embratur, e reformulada pelo Ministério do Turismo, tornando-se a metodologia oficial vigente no Brasil.  De acordo com o coordenador, esse sistema possibilita a realização de análises qualitativas e quantitativas de informações e de uma base cartográfica digital necessárias para a criação do banco de dados.

O acesso será garantido pelos portais públicos de entidades regionais de planejamento e desenvolvimento turístico do Rio de Janeiro, pelos centros de atendimento aos turistas, por aplicativos de aparelhos móveis de comunicação, no Global Distributions Service (GDS), entre outros.

O coordenador da pós-graduação e MBA em Gestão de Serviços e do Núcleo de Projetos em Turismo, Hotelaria e Serviços da UFF, Carlos Alberto Lidizia Soares, fala sobre a importância dessa pesquisa para o turismo do Estado do Rio.

Como surgiu a ideia do inventário?

Carlos Lidizia: O projeto surgiu a partir de uma licitação pública internacional realizada pela Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (Setur-RJ) da qual a Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF participou e saiu vencedora. Neste contexto, o projeto segue todas as regras estabelecidas pelo contrato junto à Setur-RJ.

Qual a metodologia utilizada no projeto?

Carlos Lidizia: Teremos diferentes etapas e formas de levantamento de informações, inclusive a pesquisa de campo. Na primeira fase do Inventário serão levantados os dados que serão inseridos em um banco de dados constituido de mapas e fotos das regiões e seus pontos turísticos.Após esta etapa, faremos encontros regionais com todos os municípios objetivando convalidar estes dados. Posteriormente, já com uma relação previa de todos os atrativos existentes e convalidados pela governança pública e pelo trade local, iniciaremos as pesquisas de campo.

Qual é a abrangência da pesquisa?

Carlos Lidizia: A pesquisa visa fazer um “censo” de todos os atrativos turísticos dos municípios fluminenses contemplados, independentemente do tamanho, porte, relevância, sendo público ou privado. Não constarão do projeto aqueles que não tiverem interesse em participar da pesquisa.

A pesquisa identifica áreas para uma futura expansão turística no Estado?

Carlos Lidizia: Sim. Um dos objetivos do projeto é servir como alicerce para futuras ações de políticas públicas relacionadas ao turismo no Estado do Rio de Janeiro. No entanto, para isso acontecer é necessário que o conhecimento do que possuímos hoje, para que possamos planejar ações futuras.

Um empreendedor do ramo poderá utilizar os dados levantados como base para o seu negócio?

Carlos Lidizia: Com certeza. O projeto IOT-RJ visa não só auxiliar futuras ações do poder público, mas também dar apoio aos empreendedores do ramo turístico. O projeto vai auxiliar bastante, porque se conhecendo o que existe em termos de atrativos no estado é possível vislumbrar oportunidades de negócios.

Quais as entidades que participam e patrocinam esta pesquisa?

Carlos Lidizia: O IOT-RJ é um projeto financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto também é apoiado por diversos órgãos públicos, como a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio), Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (RioTur) e a Niterói Empresas de Lazer e Turismo (Neltur). Além disso, o projeto também possui apoio de outras universidades parceiras, como a UniRio e a UFFRJ.

Que tipo de tecnologia será utilizada no desenvolvimento da projeto?

Carlos Lidizia: O projeto terá todas as abordagens de registro e armazenagem das informações realizadas digitalmente através do uso de tablets. Esta é a primeira vez que um projeto completo de oferta turística usa esse tipo de tecnologia no Brasil. Isso também visa estabelecer uma maior fidedignidade às informações, fundamentalmente em relação a real situação dos atrativos pesquisados.

Em relação às zonas de risco nas áreas turísticas, haverá algum tipo de mapeamento?

Carlos Lidizia: A priori, o IOT-RJ não terá informações diretamente relacionadas em alertar as zonas de risco dos municípios contemplados pelo projeto. No entanto, as informações contidas no inventário podem e devem ser usadas para mapear regiões inseguras, visando futuramente ações relacionadas à segurança dos locais.

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