Projeto da UFF leva ciência para dentro de comunidades do samba

Crédito da fotografia: 
Pxhere

Buscando trazer a ciência para perto e para dentro da vida das pessoas, o projeto de extensão “Tem ciência na batucada”, da Universidade Federal Fluminense, faz uma aposta numa mistura ousada e bem brasileira. Unindo a ciência ao samba, cuja expressão cultural é considerada Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, o projeto, coordenado pela pós-doutora em Ciências e Biotecnologia/UFF, Ana Cláudia, pelo pós-doutor em Patologia/UFF, Aldo Rodrigues, e pela professora do programa Helena Carla Castro, pretende fazer ciência e falar sobre ela em espaços não formais de aprendizagem. Mais especificamente, em escolas de samba mirins, lugar onde naturalmente e de forma orgânica se convive e se aplica o saber científico das mais diferentes formas. A ideia é estimular o interesse pela ciência por parte de crianças e adolescentes moradores de comunidades afro-brasileiras de bairros do Rio de Janeiro, possibilitando que se familiarizem com o universo da pesquisa e que este atue em suas vidas não apenas de forma teórica, mas também concreta, como instrumento de impacto e transformação social.

Com o carnaval batendo na porta, a expectativa é de inaugurar o primeiro evento do projeto já nessas semanas que antecedem a maior festa popular do país. Na próxima sexta-feira, dia 3 de fevereiro, às 15h, será realizado um encontro na quadra da Portela, em Madureira, com a presença e participação da escola de samba mirim Filhos da Águia da Portela. Na ocasião, haverá a exposição de 20 oficinas de ciências, que foram produzidas por meio da colaboração de muitos pesquisadores, cursos e projetos da UFF, com menção especial ao Ciências sob tendas (Centro de Ciências itinerante da UFF), assim como às professoras do Departamento de Biologia da UFF, Luciane Fragel e Izabel Paixão, à Liga estudantil de Bioinformática, ao UFFGen (Comitê de Acesso ao Patrimônio Genético e ao Conhecimento Tradicional Associado da UFF), e aos convidados de Biomanguinhos, da Fiocruz.

De acordo com os coordenadores, “além de levar conhecimento científico à comunidade em um ambiente informal de aprendizagem, nosso objetivo inclui também e, principalmente, a competência de sensibilizar e marcar com boas memórias e informações de excelente qualidade científica os participantes. Além disso, atrair a população para o convívio acadêmico e explorar novas possibilidades de (in)formação em seus futuros acadêmicos”, enfatizam.

Para Ana Cláudia, toda a comunidade aguarda com grande expectativa a chegada dos pesquisadores. Sua participação tem sido, segundo ela, muito ativa para viabilizar o encontro e torná-lo uma grande festa que mistura arte e conhecimento.  “A escola está fazendo muitos vídeos para chamar mais crianças, jovens e adultos, participando ativamente da divulgação”, destaca. O evento seguinte também já está planejado para acontecer e terá como palco a quadra de uma escola de samba de Niterói. O convite está aberto e é para todos!

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