Campanha Setembro Amarelo 2021: A importância da escuta ativa e acolhedora em momentos de sofrimento psicológico para a prevenção do suicídio

Quando uma pessoa tenta ou morre por suicídio, ela está enxergando esta como a única saída para se livrar de um sofrimento psicológico insuportável. Em muitos casos, a pessoa dá sinais desse sofrimento antes, sinais estes possíveis de serem identificados. Nesse sentido, para sermos agentes de prevenção ao suicídio, a primeira coisa importante a se fazer é estar atento às pessoas com as quais convivemos. Precisamos olhar menos para as telas e mais para as pessoas, percebendo quando alguém não está bem, mostrando que nos importamos e nos colocando à disposição para ajudar.

Demonstre interesse genuíno pelas pessoas

Não existe um manual universal do que se deve ou não fazer ou dizer para cada pessoa em sofrimento, pois cada ser humano é singular. Porém, quando alguém se coloca à disposição do outro para escutá-lo com interesse genuíno e empatia, este outro pode sentir-se apoiado e valorizado, escolhendo outro caminho para lidar com suas dores. Assim, quando perceber que alguém do seu convívio não anda bem, você pode fazer perguntas do tipo: “Você está bem?”, “O que está havendo?”, “Quer conversar? Estou aqui!”. Mesmo que a pessoa não queira conversar naquele momento, o simples ato de se importar com ela já pode fazer a diferença.

Dedique tempo de qualidade e escute com empatia

Se a pessoa quiser conversar, valorize esse momento. Pode estar sendo difícil para ela expor suas questões a alguém, então entenda como um ato de coragem. Demonstre interesse em ouvi-la e compreendê-la. E esteja completamente focado na conversa, evitando interrupções de outras pessoas ou se distrair com o celular. Escute e acolha os pensamentos e sentimentos que a pessoa compartilhar com você, sem julgar. Para isso, tente se colocar no lugar do outro e compreender a perspectiva dele, ainda que seja muito diferente da sua. As dores do outro são legítimas, mesmo as que não doem em você.

Pode não ser fácil, mas é possível e necessário

Entrar em contato com o sofrimento de alguém não é nada fácil, ainda mais se a pessoa fala do seu desejo de tirar a própria vida. Mas podemos aprender a lidar melhor com esse desconforto a partir da conscientização da importância de se acolher alguém em sofrimento e se livrando do peso de ter que dizer “a coisa certa”. Se for o caso, diga “eu não sei bem o que dizer ou fazer nesse momento, mas saiba que me importo com você e estou junto contigo!”.  No final das contas, as pessoas querem mais ser ouvidas e compreendidas, do que saber sua opinião ou uma solução mágica para os seus problemas.

Cuidados ao oferecer ajuda

Algumas falas podem ser evitadas ou transformadas em expressões mais empáticas. Frases como “Esquece isso” e “Vai passar!” deslegitimam e diminuem o sofrimento do outro, como se ele tivesse pouca importância ou não merece atenção. Isso pode fazer com que a pessoa se sinta ainda pior por estar sofrendo por algo que “não deveria” e crie uma barreira para conversar sobre o problema e procurar ajuda profissional. Ao invés disso, você pode tentar: “É natural não estar bem, vamos conversar sobre o que você tem sentido?” ou “Não entendo exatamente como você está se sentindo agora, mas eu estou com você, conte comigo!”.
Falas como “Você tem tudo... um bom emprego, casamento, filhos... como pode se sentir assim? Seja grato(a)!” também não ajudam. Ter uma vida considerada ideal pelo senso comum não blinda a pessoa de transtornos mentais e ideações / comportamentos suicidas. Tais questões são complexas e multifatoriais. Além disso, esse tipo de questionamento pode fazer com que a pessoa se sinta culpada por não estar conseguindo valorizar o que tem na vida, agravando mais ainda o sofrimento. Experimente algo como: “Mesmo que não haja justificativa aparente para os outros, não se culpe pelo seu sofrimento. E que bom que você tem uma rede de apoio para te acompanhar nesse processo”.

Do mesmo modo, dizer “Você deveria... (rezar, correr, fazer yoga, etc.)” a alguém em sofrimento emocional não é a melhor forma de ajudar. Por melhor que seja nossa intenção, quando damos um conselho a alguém, estamos pensando em algo que poderia fazer sentido para nós, mas que não necessariamente faz para a pessoa. Sem contar que ela pode estar sem ânimo para fazer qualquer coisa. Não precisamos dar uma solução para a questão da pessoa, basta se colocar à disposição para ajudá-la a achar um caminho. Algumas falas possíveis são: “Como posso te ajudar?” ou “Pode parecer difícil acreditar agora, mas com ajuda especializada é possível melhorar. Vamos procurar um psicólogo/psiquiatra?

E a partir dessa leitura, como e com quem você pode praticar a empatia hoje?

Para saber mais sobre este informativo

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