Reitor firma compromisso com estudantes e a UNE

Representantes da UNE, da UEE e do DCE-UFF

No último dia 2 de outubro, o reitor da Universidade Federal Fluminense firmou um compromisso com a presidência da UNE, da UEE e com representantes do DCE-UFF de integrar a luta por melhores condições para o ensino superior público. Essa parceria pela universidade tem como princípios garantir as conquistas do REUNI, acesso e permanência para parcelas da sociedade historicamente excluídas do ensino superior público. O primeiro ato será nessa segunda-feira, dia 5 de outubro, quando a UFF disponibilizará dois ônibus para Brasília, em apoio à Caravana da UNE, na qual estudantes darão continuidade à luta contra os cortes no orçamento da Educação. O reitor ainda se comprometeu a levar esse debate à próxima reunião da ANDIFES.

O ano de 2015 for marcado pelo ajuste fiscal em todo orçamento federal. Nas universidades, o corte no orçamento ultrapassou os 30% indicados inicialmente pelo governo federal e afetou serviços básicos como limpeza e conservação. Essas mudanças também afetaram o cronograma de obras iniciadas, obrigou a UFF a diminuir o ritmo da construção de prédios essenciais para a consolidação da expansão e gerou outros efeitos negativos.

“Em 2014, 54 reitores assinaram uma carta de apoio ao projeto que representava a candidatura de Dilma à presidência. Estive nesse momento como vice-reitor, naquela época, pois acreditávamos no projeto de expansão e popularização da universidade que queríamos consolidar e dar continuidade. Entendemos a necessidade do ajuste, mas o ajuste não pode afetar só o povo mais pobre, mais vulnerável. Ele também tem que atingir o andar de cima, os mais ricos. Os impactos desse ajuste, da forma como está, arrebenta a corda pro lado do mais fraco. Com certeza, estarei junto de qualquer iniciativa dos estudantes que lute por pautas justas como esta”- afirmou Sidney Mello, reitor da Universidade Federal Fluminense.

Outro ponto abordado na reunião foi o da diferença entre as universidades federais e privadas no ajuste. No orçamento de 2015 não houve contingenciamento no FIES, já em 2016 espera-se um crescimento da ordem de 5% de verbas públicas para o fundo. Carina Vitral, presidente da UNE foi enfática: “O FIES foi uma conquista do movimento estudantil, mas nunca foi para a UNE a principal política de inclusão. Não é razoável que no contexto de contingenciamento o REUNI saia perdendo e o FIES tenha crescimento de receitas. Nós iremos apresentar ao governo federal uma alternativa que valorize a política de inclusão nas universidades públicas que sempre foi nosso foco, cujo REUNI é o projeto mais simbólico.”

Para Leonardo Guimarães, presidente da UEE-RJ, há conquistas alcançadas no último governo que precisam ser garantidas, assim como avanços necessários que ajudem a minimizar os impactos do ajuste na Educação: “Concordamos com a ideia de que o ajuste deve atingir os mais ricos. Para isso, defendemos a criação de um imposto que taxe as grandes fortunas como em qualquer país democrático do mundo. Iremos à Brasília também para cobrar os royalties do pré-sal para a Educação, uma das conquistas da UNE. Também defenderemos a Petrobrás que nesse quadro de crise política, está ameaçada de privatização. Não aceitaremos esse jogo, os estudantes ainda em 1954 foram às ruas pela criação da empresa e hoje não será diferente na hora de defendê-la - afirmou o estudante.

Por fim, questões mais locais também foram abordadas por representantes do DCE. Para Lucas Chuquetti, a reitoria da UFF também deve ter uma atenção mais focada na assistência estudantil: “Somado aos problemas do ajuste, nós passamos recentemente por uma greve de quatro meses em que muitos estudantes foram obrigados a retornar para suas casas, muitas vezes em outros estados, por falta de condições de se manterem na UFF sem bandejão, pagando aluguéis muito caros. Precisamos também da reitoria um compromisso com esses estudantes, principalmente dos polos de expansão. Com o retorno das aulas também deve retornar integralmente os serviços de assistência. Nós iremos a Brasília, e estaremos juntos pela UFF e contra os cortes, mas aqui precisamos fazer nossos esforços em não penalizar também os mais vulneráveis.”

O reitor concordou em estudar todas as possibilidades para abrir o bandejão o mais rápido possível, mas que a situação era principalmente de responsabilidade da greve do SINTUFF, que, ao paralisarem, paralisam as atividades do bandejão. Ele ainda garantiu que na assistência estudantil não haverá cortes de bolsas e que essa é uma prioridade de sua gestão, assim como o pagamento dos terceirizados.

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