Há 71 anos o Hospital Universitário Antônio Pedro faz parte da vida da sociedade e da Universidade Federal Fluminense. De grande importância no sistema de saúde brasileiro e especialmente na região leste fluminense, o HUAP tem um papel histórico no tratamento de casos de alta complexidade. Parte da rede de saúde, a unidade realiza atendimento médico de qualidade e ainda promove ensino e pesquisa de excelência. Diante de uma longa pandemia e das inovações tecnológicas na saúde que marcam novos tempos, a atual Gestão caminha junto à Comunidade para promover transformações, sanar antigos problemas e alcançar um novo patamar.
Nessa direção, na última semana ocorreu o evento “Huap em Transição - Painel da atuação do hospital no contexto da assistência, ensino, pesquisa e gestão hospitalar” na Faculdade de Medicina. A abertura do evento foi realizada pelo reitor da UFF, prof. Antonio Claudio da Nóbrega, e contou com as presenças do Superintendente do Hospital, prof. Tarcísio Rivello, representantes de toda a rede SUS, incluindo o Secretário Executivo adjunto do Ministério da Saúde, Marcus Vinicius Dias, o Secretário Municipal de Saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira, o Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Niterói, Joaquim Jorge, a Superintendente de Educação em Saúde, Carina Teixeira, representando o Secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, e o Coordenador Médico da Fundação Estatal de Saúde (FeSaúde) de Niterói, Pedro Andrade Corrêa, representando a Diretora da FeSaúde, Anamaria Schneider.
No evento, foi apresentado um panorama geral do funcionamento, estrutura e relações externas do Huap, abordando temáticas como governança, assistência, recursos financeiros e de pessoal e ensino, pesquisa e inovação, seguidos de um debate com a comunidade local. O painel teve o objetivo de difundir todas as informações básicas necessárias para uma construção coletiva dos próximos passos do Hospital, através de Grupos de Trabalho nos quais os funcionários, estudantes e servidores, docentes e técnicos, podem se inscrever no tema de preferência.
“O Antonio Pedro é parte da minha história, da história da UFF, de Niterói e de milhares de pessoas. Queremos apontar os problemas dessa nossa casa nos colocando como parte da solução. Sempre contamos com muito trabalho e empenho de todos e todas que se esforçam dia a dia para manter o HUAP vivo e combativo num período de crise da saúde e da educação pública. Se temos problemas, vamos resolvê-los juntos. De mim, vocês sempre terão alguém com muita dedicação, 24 horas por dia, caminhando junto e lutando pelo Hospital Universitário que sonhamos e acreditamos”, afirmou o reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega.
O Hospital tem passado por grandes transformações nos últimos tempos e pretende promover ainda mais. Os participantes ressaltaram que, após a experiência da pandemia, as instituições de saúde precisam se reorganizar e se reinventar para atender as demandas do presente e do futuro, que incluem o aumento no número de doenças e a piora da saúde mental da população. Entre as mudanças mais recentes realizadas, a Unidade acabou de receber mais de 70 novos profissionais, o que impactará diretamente na abertura de novos leitos para atendimento dos pacientes. Também foram ofertadas 20 bolsas de Iniciação Científica para o desenvolvimento de pesquisas relevantes para o Hospital, além da parceria com o Senac para o oferecimento de cursos técnicos, tendo o Huap como cenário de prática.
Sobre ensino e pesquisa no Hospital, o professor Cláudio Tinoco Mesquita, docente da Faculdade de Medicina, declarou: “Não quero trabalhar em mais um hospital do SUS, quero trabalhar num Hospital Universitário, que constrói e dissemina conhecimento. Nosso objetivo não é só atender pacientes, somos ligados ao Ministério da Educação e toda a inovação que desenvolvemos no campo da saúde é produzida com verbas de pesquisa. Isso atrai a juventude. A alta procura pela residência no HUAP reflete nossa excelência. Precisamos nos modernizar para entender a nova geração, precisamos ser um hospital do século XXI”, finaliza Tinoco.
O projeto de modernização do HUAP pretende explorar todas as possibilidades do Hospital nos eixos do atendimento assistencial, ensino e pesquisa, de forma conectada, e também solucionar antigos desafios da Instituição. Dentre eles, se destacam os recursos humanos ainda insuficientes para a infraestrutura existente e o baixo número de leitos em relação à capacidade do Hospital, num cenário de cortes orçamentários na saúde e na educação, e a crise de insumos hospitalares, que tem afetado o Brasil inteiro.
“Toda vez que for um problema nosso, nós vamos traçar juntos um compromisso de resolver. Toda vez que for um problema em outra instância, nós vamos traçar um compromisso de como nós vamos lutar juntos para modificar esta realidade”, ressaltou o reitor.
No debate promovido entre os participantes, a Comunidade apresentou diversas ideias e colocou suas experiências em pauta nesse novo contexto. Foi frisada, também, a importância de um trabalho conectado e do conjunto de trabalhadores do HUAP conhecerem a cadeia de processos do hospital: “Não existe unidade auto suficiente, o fluxo e a linha de cuidado são necessários”, declarou o docente Túlio Franco, do Instituto de Saúde Coletiva. A importância da união da Comunidade nessa nova etapa foi reforçada a todo momento: “Para construir um projeto para o hospital, precisamos juntar todos os interessados nessa construção, superar alguns debates antigos e focar nos nossos desafios do presente. Passado é experiência, não para replicar, mas para observar e construir a partir dele”, declarou a chefe da psicologia do HUAP, Tânia Ventura. Ademais, diversos participantes celebraram os investimentos e conquistas crescentes no Huap, alcançados por todos que fazem o Hospital Universitário seguir ativo e em frente mesmo num período de alta inflação e desfinanciamento da saúde e da educação públicas.
As inscrições nos Grupos de Trabalho estão disponíveis até 30/09 por meio do formulário: https://forms.gle/kSsvi335uzrD2rgu5.
