Curso de Hotelaria da UFF faz parceria com hotel flutuante

Alunos de Hotelaria, Marcello Tomé, diretor do Curso e Lúcia Silveira, coordenadora Foto: Felipe Gelani

O Campus do Gragoatá é famoso por sua vista privilegiada da Baía de Guanabara que, a partir do final de junho ganhará um novo complemento: o Good Hotel Brasil, um dos primeiros hotéis flutuantes do país. O projeto é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense, a empresa holandesa Good Hospitality Group e a prefeitura de Niterói, e servirá como estágio para os alunos do Curso de Hotelaria.

O hotel ficará ancorado em frente ao Instituto de Educação Física por cerca de cinco anos, com a possibilidade de extensão do contrato. Em troca da permanência, a companhia holandesa construirá os laboratórios na UFF, necessários para a formação dos alunos do Curso Superior de Tecnologia em Hotelaria. Mas, enquanto as obras não forem concluídas, a própria hospedaria será usada para esse fim.

Além desses benefícios para o Departamento de Turismo, o Good Hotel estará disponível para toda a comunidade da UFF, tanto pedagogicamente quanto como meio de hospedagem. Isso porque sete dos 150 quartos estarão reservados para a universidade, e servirá como hospedagem para professores e membros convidados de congressos e eventos acadêmicos, algo que durante esses cinco anos vai gerar uma economia de cerca de R$ 2 milhões para a instituição.

O hotel flutuante não é importante apenas para a nossa formação como aluno, mas é uma conquista muito grande do Curso de Hotelaria", destaca o aluno Igor Maurício.

“Tende a ser uma parceria bem positiva, já que de acordo com a Good Hospitality Group, os lucros serão investidos em Niterói”, relatou o diretor da Faculdade de Hotelaria e Turismo, Marcello Tomé. A empresa se comprometeu a participar de projetos de extensão da universidade e de cunho social no município, como esportes e lazer. Boa parte da equipe do hotel será recrutada na comunidade local pela prefeitura. Ou seja, além da qualidade dos serviços prestados há o caráter social, algo que já funciona na Holanda. Também serão instaladas lâmpadas de LED nas proximidades da estalagem, abastecidas por energia solar, trazendo mais segurança e conscientização ambiental.

A hospedaria encerrou suas atividades em Amsterdã e está passando por reformas para se adaptar ao clima brasileiro, já que possui estruturas para suportar o inverno rigoroso holandês. A acessibilidade está sendo adaptada de acordo com as leis do Brasil, como a angulação e a altura das portas, rampas e segurança. Após essas mudanças, a embarcação chegará à Baía de Guanabara no final de junho com previsão de início das atividades no mês de julho.

Para Lúcia Silveira, coordenadora do Curso de Hotelaria, a poluição da água não será um empecilho para atrair turistas, já que os quartos serão vedados e climatizados. “Além disso, pode ser importante para a conscientização sobre o meio ambiente, ainda mais num momento em que prometeram a despoluição da Baía”, completou. Toda a orla do Campus do Gragoatá é favorecida por não ter acúmulo de lixo.

A expectativa de público estrangeiro é grande, principalmente durante os Jogos Olímpicos em agosto, o que garantirá ocupação total. Essa entrada inicial de recursos será importante para cobrir os gastos relativos à vinda do hotel para Niterói, em torno de um milhão de euros.

O projeto vem sendo desenvolvido desde 2014 e algumas etapas ainda não foram concluídas para a instalação da hospedagem no país. A maior dificuldade é que não há uma legislação específica para a embarcação, por ser algo novo aqui. Na Holanda é muito comum, mas no Brasil isso tem um caráter pioneiro.

“O hotel flutuante não é importante apenas para a nossa formação como aluno, mas é uma conquista muito grande do Curso de Hotelaria. Seremos os únicos a ter uma embarcação do tipo em nosso quintal, e é uma oportunidade única participar de todo o processo de implementação dele aqui”, destaca o aluno do segundo período de Hotelaria, Igor Maurício. Para Janelson da Silva, também do segundo período, o curso passará a ter maior visibilidade. “Isso vai atrair mais os alunos do ensino médio, porque além de termos professores altamente capacitados, agora teremos laboratórios”, completou. 

Para Mariana Sousa, presidente do Diretório Acadêmico do Curso de Hotelaria, a importância da hospedagem para a UFF e o curso vai além. “Há muita demanda no mercado de trabalho tanto de Niterói quanto do Rio de Janeiro para hoteleiros, e é da UFF que saem boa parte desses profissionais. A experiência de estagiar no hotel flutuante será muito significativa para a nossa formação e o nosso currículo.”

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