A manhã desta quinta-feira, dia 04 de abril, foi marcada por nova reunião entre a Gestão da Universidade Federal Fluminense, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff) e do Comando Local de Greve (CLG) para diálogo sobre a essencialidade dos serviços da universidade no período de greve, com destaque para a alimentação no Coluni e os atendimentos no Huap.
Do ponto de vista institucional, a segurança alimentar dos estudantes é inquestionável, além de estar previsto em lei (Lei 7783/89 - Lei de Greve). No Colégio Universitário Geraldo Reis (Coluni) a situação ainda é mais delicada, pois atende crianças a partir dos dois anos de idade até adolescentes matriculados no ensino médio, residentes do município de Niterói e adjacências, o que demanda inclusive um grande deslocamento no percurso casa-escola e vice-versa. Desde a deflagração do movimento, a equipe responsável pela alimentação está trabalhando em sistema de escala para garantir a oferta de: café da manhã, colação e lanche, este último em substituição ao almoço. Não apenas o serviço de alimentação foi afetado como também a carga horária de permanência dos estudantes na escola, com redução do tempo do turno integral.
De acordo com representantes da Administração Central, a ausência do almoço tem um impacto significativo no desempenho do corpo discente, no que tange ao aprendizado, sobretudo das crianças em fase de alfabetização e aquelas em atendimento educacional especial. Soma-se a isso a vulnerabilidade socioeconômica de parte dos estudantes, sendo o almoço oferecido na unidade escolar a principal refeição do dia.
Tendo em vista a urgência de resolver a questão, demanda que também vem sendo apresentada pelas famílias dos estudantes, será realizada reunião setorial com a equipe de nutrição do Coluni para discutir algumas possibilidades suscitadas no encontro de hoje por representantes da Gestão e do Sintuff, como repensar a dinâmica da alimentação, incluindo o aporte calórico das refeições até então oferecidas.
Outro assunto de relevância para a comunidade acadêmica e externa é a manutenção dos atendimentos no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap). Até o momento, a escala ou revezamento das equipes está sendo construída coletivamente entre líderes do Sintuff, o CLG e os setores envolvidos, com a garantia do mínimo de 30% em cada setor. Desde as primeiras tratativas, a Gestão da UFF, em respeito ao movimento instaurado, não se opôs ao encaminhamento do trabalho neste modelo por parte dos servidores em greve, garantindo aos manifestantes o direito de participação no movimento e à população o direito ao atendimento. Em breve, acontecerá reunião entre a Governança do Huap, líderes do sindicato e do CLG, com a presença do vice-reitor, professor Fabio Passos, para melhor diálogo entre todas as partes, incluindo outros pontos levantados, como a relação com as chefias da unidade e a comunicação sobre a greve nas dependências do hospital.
A Assistência Estudantil foi novamente pauta de reunião, no que se refere ao lançamento do edital de apoio aos ingressantes deste semestre e também a continuidade da oferta de apoios a estudantes em situação de emergência. Ambos os assuntos serão tratados em reunião específica entre a Gestão, representada pela Pró-reitora de Assuntos Estudantis (Proaes), o Comando Local de Greve e a equipe de assistência social da Proaes, pré-agendada para o dia 10 de abril.
Além dos pontos destacados, também foram reiteradas informações sobre o funcionamento de setores específicos da universidade durante o período de greve, como Protocolo Geral (funcionamento em escala entre 10h e 14h diariamente para o atendimento a processos essenciais); Hospital Universitário Veterinário-Huvet (funcionamento das 8h às 14h com a suspensão de cirurgias eletivas); e Divisão de Afastamentos para Capacitação e Qualificação de técnicos e docentes (o setor mantém as atividades relativas aos processos de afastamento para capacitação que já estavam em andamento. O mesmo se estende aos demais setores envolvidos nos trâmites burocráticos da atividade).
Ressalta-se, por fim, a importância do acordo pactuado entre a Administração Central da UFF, o Sintuff e o CLG quanto ao controle de frequência dos servidores em estado de greve. Todos os que aderiram ao movimento não devem registrar frequência, mesmo se estiverem trabalhando em escala, sistema de rodízio ou revezamento. Ao final da greve, será discutida a recomposição dos trabalhos represados.
A Gestão da UFF reitera, mais uma vez, o seu compromisso com a transparência das ações e diálogo com a categoria, certa de que esta é a única conduta possível diante do cenário em que servidores e servidoras lutam por melhores condições de trabalho e por uma universidade pública justa e de qualidade.