Projeto da UFF ‘Meninas nas Ciências’ divulga e incentiva carreira científica de mulheres

Crédito da fotografia: 
Lorena Deluiz
Programa encoraja jovens da academia a seguirem seus projetos e demonstra a realidade de mulheres que ocupam posições importantes no meio científico

A ciência é uma das maiores ferramentas de decodificação do mundo. A pesquisa científica, que tem como premissa o comprometimento com o desenvolvimento das sociedades, conta com a participação fundamental das mulheres, que, segundo o CNPq, representam 43,7% dos pesquisadores no Brasil. Todavia, ainda faz-se necessário gerar uma conscientização sobre como elas podem (e devem) ocupar espaços de destaque e liderança na ciência. Um exemplo de trabalho desenvolvido nesta direção é o projeto de extensão Meninas na Ciência, coordenado pela professora da UFF e doutora em Biofísica Adriana da Cunha Faria.

O projeto leva informação ao público através da produção de entrevistas, pesquisas bibliográficas e materiais de divulgação científica sobre cientistas que fizeram a diferença no mundo, trazendo questionamentos necessários sobre o papel da mulher na sociedade. Nas palavras da coordenadora, o projeto é visto como “uma ferramenta capaz de encorajar jovens a estarem onde quiserem, de despertar nelas o amor pela ciência”. Adriana também afirma acreditar que a iniciativa proporcione uma sensação de pertencimento: “ao trazer histórias de vida de mulheres reais, brancas, negras, indígenas, LGBTQIAP+, ela abre novos horizontes e possibilidades para meninas que, muitas vezes, não possuem representatividade em ambientes familiares e escolares”.

Além das cientistas, o projeto também motiva os próprios integrantes, como sinaliza o relato da coordenadora do programa: “Confesso que, nos tempos atuais, esse projeto tem me ajudado muito a seguir na minha pesquisa. A nossa equipe multidisciplinar, com membros de diferentes idades e etapas de formação, é muito rica e sempre traz diferentes olhares sobre os temas abordados. Tenho aprendido muito e conhecido histórias de vida emocionantes, que reforçam a importância dessa iniciativa e o desejo que tenho de que cresça cada vez mais”. Esse grupo multidisciplinar e diverso é composto por professores e alunos da UFF e de outras instituições, como a Fiocruz Rio de Janeiro e Bahia, a Universidade Federal de Ouro Preto e a Universidade Federal da Bahia.


Trecho do Instagram “Meninas nas Ciências”. Créditos: Arquivo Pessoal.

Apesar dos avanços e conquistas dos direitos das mulheres, muitos desafios ainda precisam ser superados para que o cenário seja favorável à comunidade feminina na ciência. “Nossa sociedade ainda é muito machista e misógina. Temos mulheres excepcionais nas mais variadas áreas das ciências e os cargos de liderança são majoritariamente ocupados por homens brancos. Para mudar esse quadro, precisamos de políticas públicas que visem minimizar essas diferenças, assim como uma educação que rompa com os estereótipos de gênero”, enfatiza a coordenadora.

Ainda sobre essas práticas machistas, Vladimir Pedro Peralva, doutorando em Neurociências e vice-coordenador do programa, complementa: “Nossas atividades apontam as contribuições de diversas mulheres que estavam na vanguarda do descobrimento científico e que foram ofuscadas por sua contraparte masculina, ou quase esquecidas. Também divulgamos as histórias de cientistas já estabelecidas e notamos que, infelizmente, ainda enfrentam os mesmo desafios vividos por essas figuras históricas”.

A iniciativa recebeu prêmios e reconhecimentos que dão suporte para que a equipe continue a produzir suas atividades. Entre eles, destacam-se: Prêmio Neurociências e Arte Nise da Silveira na XLIII Reunião Anual da SBNeC 2020, Prêmio Jovem Neurocientista Raymundo Francisco Bernardes na XLIII Reunião Anual da SBNeC 2020 e editais de fomento das áreas de pesquisa e extensão da UFF. Com isso, a coordenadora finaliza reforçando a necessidade de incentivar o surgimento de novas cientistas, “aumentando a consciência e a importância de se reduzir as forças invisíveis que dificultam mulheres a alcançar seus objetivos”.

Para conhecer mais o projeto, acesse o link: https://meninasnasciencias.uff.br/projeto/

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