COLÓQUIO INTERNACIONAL: DA ANGÚSTIA AO ATO

Categoria: 
Onde: 
Faculdade de Educação
Rua Prof. Marcos Waldemar de Freitas Reis, Bloco D
São Domingos
Niterói - RJ
Quando: 
seg, 13/04/2020 - 16:00 até qua, 15/04/2020 - 20:00
Descrição: 

A impossibilidade de o adulto administrar sua própria sexualidade, somada ao recrudescimento de
uma sociedade autoritária, desencadeia um estado de anomia, em que a angústia não faz mais
“sinal” e eclode sem marcadores representacionais plausíveis. Aquilo que deveria surgir como
ansiedade sinal no sentido de estruturar a subjetividade e preparar o sujeito para uma ação intuitiva,
reflexiva ou simbólica, parece falhar. O mais singelo “sinal” de angústia tende a ser abundantemente
substituído por fórmulas e figuras autoritárias que prometem proteger o sujeito, mas que parecem
paradoxalmente participar de sua alienação e entorpecimento. O objetivo deste colóquio é
apresentar o status de angústia na economia psíquica e suas possíveis ramificações na clínica, na
política e, mais, particularmente, na educação. No paradigma disciplinar tudo deve ser resolvido e
ensinado: toda falta, seja cognitiva, comportamental, moral, ou mesmo presencial, deve ser
eliminada. Os profissionais da educação são chamados a manter uma posição exemplar em relação
a crianças e adolescentes, como se fossem capazes de “gerenciar” a ansiedade compartilhada, caso
contrário, precisam de especialistas, sobretudo os que ingenuamente fazem uso de medicação para
tentar eliminar a angústia. Até que ponto se consideram as relações entre sexualidade e os
preconceitos subjacentes, como algo produtor de ansiedade entre os próprios sujeitos? Uma vez
que a angústia está situada entre desejo e gozo, estando intrinsecamente ligada ao impossível da
sexualidade, como acompanhar o florescimento da sexualidade no outro e enfrentar suas diferenças
angustiantes? A autoridade educacional é capaz de lidar com a ansiedade estudantil tendo em vista
os mecanismos de dominação subjacentes? Partindo das diferentes abordagens freudianas da
angústia articuladas à noção de inquietante estranheza revisitaremos as leituras dessa noção em
Ferenczi, Winnicott, Lacan e outros autores do campo psicanalítico. Há importantes pontos de
ruptura e aprofundamento teórico em relação ao aporte freudiano: ao passo que Ferenczi acentua o
aspecto traumático do terror ligado à angústia extrema, Winnicott explora a questão da ansiedade e
seus efeitos psicossomáticos. Já a leitura lacaniana de Freud manteve a tríade inibição, sintoma,
angústia, incrementando-a com a invenção do objeto pequeno a. A conexão aos conceitos de
trauma, inibição e passagem ao ato parece profícua nesse debate, já que surgem como resultado
sintomático de uma angústia insuportável diante das polissêmicas dificuldades afetivas, políticas e
educacionais.

Setor responsável: 
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Curso: 
Pedagogia

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Sigla do setor Autor
ese VItor Lima Menezes