Aidyl de Carvalho Preis

A UFF faz parte da história da minha vida, como também faço parte da história da UFF.

Ex-vice-reitora da UFF

A professora Aidyl de Carvalho Preis, ex-vice-reitora da UFF, responde, de forma descontraída, ter começado seu envolvimento com a universidade em sua pré-história. A professora Aidyl entrou para a UFF através da antiga e integrada Faculdade Fluminense de Filosofia, em 1957, antes da sua criação. “Em 1960 foi a sua criação e hoje estamos comemorando os seus 55 anos. Portanto, a minha ligação afetiva é muito grande porque participei da luta pela criação da Universidade Federal Fluminense”, enfatiza.

Além de ter sido estudante da UFF e hoje atuar como presidente da ASPI UFF (Associação de Professores Inativos), Aidyl marca presença na história da UFF também como acadêmica e gestora. Criou o curso de pós-graduação em História, foi diretora e presidente da EdUFF, diretora do Instituto Ciências Humanas em Filosofia, pró-reitora de extensão (PROEX), e também vice-reitora da universidade de 1982 a 1986, no mandato do professor Raymundo Martins Romêo.

A época em que atuou na reitoria foi considerada um momento político difícil, era o final da ditadura militar. Em meio à luta pela abertura política e o fim da privação de liberdade, Aidyl Preis conta como a universidade conseguiu florescer: “o período em que estive na vice-reitoria, contei com a parceria de um grande reitor da universidade, que foi o professor José Raymundo Martins Romêo. Ele teve o papel importante de abrir a universidade ao mundo. Ele não abre a universidade apenas para dentro do nosso país, mas ao mundo. Ele trouxe reitores de vários países para estabelecermos parcerias, e isso foi muito importante. Então vieram reitores japoneses, americanos, alemães, fizemos uma parceria, por exemplo, com a Universidade de Tübingen, Alemanha, que possibilitou aos alunos da graduação, pela primeira vez, participarem de intercâmbio acadêmico.”

Quando perguntada sobre a diferença entre a UFF de hoje e a UFF de ontem a ex-vice-reitora diz que “fica muito difícil você fazer comparações entre momentos tão diferentes. O contexto político era diferente. Nós conseguimos algumas coisas positivas na época da ditadura: foram criados os Planos Nacional de Pós-Graduação e Institucional de Capacitação Docente, com o objetivo de formar recursos humanos para a própria universidade; a nossa universidade assumiu um papel muito importante porque foi instalada numa cidade esvaziada politicamente, ela havia perdido a condição de capital, então se tornou politicamente vazia. E quem preenche esse vazio... a Universidade Federal Fluminense, e ela cumpre bem esse papel.

Então hoje nós estamos vendo uma universidade que está em estado precário porque não está recebendo verbas necessárias para a sua manutenção; ela cresce, cresceu muito com o Reuni; e se ela recebe recursos, ela tem que dar a parte dela, tem que dar a contrapartida, e essa contrapartida, evidentemente, era aumentar o número de alunos. Claro que para isso é preciso ter professores e infraestrutura. E hoje nós estamos, num período muito difícil, mas esse momento difícil não é específico da universidade, ele é um momento difícil do nosso país. “Portanto, todos são igualmente responsáveis por soluções, embora não sejamos responsáveis pela criação dos problemas”, enfatiza a professora.